Um terço dos brasileiros quer investir e guardar dinheiro em 2022
É cada vez maior o número de brasileiros que gostariam de investir e criar uma reserva financeira. A mais recente pesquisa EXAME/IDEIA mostra que 33% pretendem guardar dinheiro e fazer investimentos em 2022. A compra de um imóvel no próximo ano está nos planos de 20% dos entrevistados, e 13% querem viajar.
Os dados são da pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA, projeto que une a EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Foram ouvidas 1.200 pessoas entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa EXAME/IDEIA mostra que a intenção em investir é maior na faixa etária de 35 a 44 anos, com 40%. Em relação à classe social, as pessoas com renda entre três e cinco salários mínimos são as que mais querem aplicar o dinheiro (36%). Já para 29% dos que ganham até um salário mínimo, a casa própria é o sonho para o próximo ano.
“Os níveis de renda e de escolaridade mais baixas são os que mais sonham em adquirir imóveis em 2022. Para esse público, a casa própria sempre ocupou espaço importante nas mentes e corações. Habitação estável significa menos ansiedade e capacidade de oferecer o básico para toda a família. Em um contexto de inflação e desemprego, essa conquista fica mais distante e portanto mais desejada”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA e professor na Universidade George Washington, nos Estados Unidos.
Desemprego é maior problema
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 13,5 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil. Para 29% dos entrevistados pela pesquisa EXAME/IDEIA, o desemprego é o maior problema que o país precisa resolver em 2022. A inflação, que atingiu 10,75% nos últimos 12 meses até novembro, é o principal ponto a ser resolvido, para 24% dos respondentes.
Maurício Moura enfatiza que de maneira geral a perspectiva da opinião pública para 2022 é bastante pessimista. “Isso é um claro reflexo das incertezas que os brasileiros e brasileiras têm encontrado na atual rotina. A pesquisa mostra o peso da economia nesse contexto de imprevisibilidade. Equacionar temas como inflação, renda e emprego será crítico para retomar o otimismo e diminuir a ansiedade”, afirma.
Para 26% dos entrevistados, a sensação de que a economia brasileira está melhor só será percebida quando amigos, parentes ou conhecidos conseguirem um emprego. Já 25% acham que a abertura de novos estabelecimentos comerciais vai sinalizar uma retomada econômica.
“A pesquisa mostra claramente que a sinalização mais concreta de retomada econômica é o grau de empregabilidade pessoal e do entorno. O efeito positivo que a conquista de um emprego de alguém próximo é o que tradicionalmente sustenta a confiança na economia e que impulsiona consumo e até mesmo pequenos investimentos”, diz Moura.
Fonte: Exame