Reino Unido anuncia pacote de cortes de impostos
O governo do Reino Unido anunciou nesta sexta-feira, 23, que se endividará fortemente para financiar um amplo pacote de cortes de impostos, numa tentativa de impulsionar a economia britânica, que enfrenta a taxa de inflação mais alta em cerca de quatro décadas.
Como parte do pacote, o ministro de Finanças Kwasi Kwarteng disse que o governo britânico irá reduzir impostos sobre folhas de pagamentos, congelar o imposto sobre empresas, abandonar um teto para bônus de executivos do setor bancário e gastar bilhões de libras para subsidiar contas de energia nos próximos dois anos.
“Esse ciclo de estagnação levou à projeção de que a carga tributária alcançará os maiores níveis desde o fim da década de 1940”, disse Kwarteng. “Estamos determinados a romper esse ciclo Precisamos de uma nova abordagem para uma nova era, com foco no crescimento”, acrescentou.
O pacote de subsídios e cortes de impostos – que será bancado por meio de endividamento público – custará mais de 150 bilhões de libras nos próximos dois anos, segundo analistas, numa aposta ousada da recém-empossada primeira ministra do Reino Unido, Liz Truss. O governo afirmou que irá tomar mais 72,4 bilhões de libras em empréstimos para financiar seus planos.
Kwarteng disse que a alíquota máxima do imposto de renda, para contribuintes que ganham mais de 150 mil libras por ano, será reduzida de 45% para 40%. Já a alíquota mínima será cortada para 19% a partir de abril de 2023, um ano antes do previsto.
O governo também anunciou um corte do impostos sobre a primeira compra de imóveis e cancelou um aumento da taxação de dividendos planejado para 2023.
Investidores estão preocupados com a escala dos gastos envolvidos. Espera-se que apenas os subsídios de energia custem em torno de 60 bilhões de libras nos próximos seis meses. Já o Tesouro britânico estima que os cortes de impostos custarão 26,7 bilhões de libras no próximo ano e 31,4 bilhões de libras em 2024.
O anúncio do governo de Liz Truss teve forte impacto na libra, que renovou mínimas em 37 anos em relação ao dólar, e ajudou também a impulsionar os juros dos Gilts, como são conhecidos os bônus do governo britânico.