GDF renova 151 moradias precárias de famílias de baixa renda
Nada na casa da cabeleireira Solange de Oliveira lembrava um lar aconchegante. As telhas quebradas deixavam a chuva cair na sala. Quartos e banheiros ganhavam privacidade às custas de lençóis presos ao teto. As janelas, já velhas, não abriam nem fechavam. E grandes buracos na parede da moradia permitiam a entrada de morcegos e insetos.
“Eu tinha vergonha da minha casa, a verdade é essa”, confessa a moradora da Quadra 301 de São Sebastião. “Batalhava, lutava… Mas reformar é caro demais, nunca dei conta de fazer as mudanças necessárias na minha residência”, afirma Solange. A sorte da mulher mudou aos 58 anos, quando soube que teria a casa reconstruída pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab).
Solange é uma das beneficiadas pelo Melhorias Habitacionais, um subprograma da Codhab que busca trazer mais dignidade a moradias em situação de precariedade. Desde 2019, o projeto contou com investimento total de aproximadamente R$ 4,5 milhões e atendeu 151 famílias em duas categorias: reformas, com investimentos que podem chegar a R$ 35 mil por residência, e reconstrução, com valores de até R$ 75 mil. Do total de famílias atendidas, foram 143 reformas e oito reconstruções no período.
O projeto não está com inscrições abertas no momento. Mas a perspectiva é que, já em 2023, o Melhorias Habitacionais possa receber novos candidatos.
A casa da cabeleireira foi uma das que precisaram ser totalmente refeitas. Foram dois meses de obra até que, no dia 5 de novembro, Solange pudesse entrar em seu novo lar. “As paredes são todas de alvenaria, branquinhas. Tenho janelas, portas, luminárias e até forro no teto”, comemora. “É uma emoção tão grande que nem sei como descrever.”
Arquiteta da Codhab, Fabiana Gonçalves explica que a escolha da modalidade, se será uma reforma ou uma reconstrução, é feita com a ajuda de assistentes sociais. “Os profissionais visitam a residência, verificam as condições em que a família vive e avaliam suas necessidades”, explica. “A decisão é tomada segundo o grau de insegurança e insalubridade da moradia”, diz.
“Temos 41 casas sendo reformadas ou reconstruídas em São Sebastião, na Estrutural e no Sol Nascente”, informa Fabiana. “Quando ficarem prontas, daremos prioridade a outras 20 famílias que aguardam na fila. Assim, acabaremos com a demanda represada por conta da pandemia da covid-19.”
Para se inscrever no programa, o candidato precisa ser proprietário do lote onde vive, morar no DF há pelo menos cinco anos e ter renda familiar de até três salários mínimos. “A abertura das inscrições será divulgada no site e nos postos de atendimento da Codhab”, adianta a arquiteta. “Lembrando que o beneficiado não gasta nada, pois todas as intervenções são custeadas pelo projeto”, finaliza.