Engenheiro de 25 anos cria aplicativo de doações para comprar testes de Covid-19 e cestas básicas
Rafael Rodeiro, de 25 anos, criou um aplicativo para arrecadar doações ainda quando estava em sala de aula, na Universidade de Brasília (UnB). Diante da pandemia do novo coronavírus, o recém-formado engenheiro decidiu colocar a criação à serviço de quem quer ajudar a reduzir os impactos causados pela Covid-19.
O aplicativo permite fazer doações sem gastar dinheiro. Chamado de Ribon, ele é uma plataforma de experiência de doações para os usuários que, ao se engajarem nas postagens – como notícias e motivações dos filantropos – vão juntando ribons, a moeda do aplicativo.
Depois, a quantia reunida é repassada para projetos sociais pelas empresas que apoiam o aplicativo (saiba mais abaixo). Até a semana passada, o Ribon buscava recursos para trabalhos não governamentais de nutrição infantil, saúde básica, água potável e medicamentos.
Na última segunda-feira (30), Rafael anunciou uma nova categoria de doações para comprar testes rápidos de Covid-19. A ideia foi ajudar o projeto “Favela Sem Corona”, no Rio de Janeiro. O próximo passo, diz o engenheiro, será arrecadar doações para comprar cestas básicas para comunidades pobres do Distrito Federal.
Rafael conta que no Rio de Janeiro serão distribuídos 200 testes rápidos para diagnosticar a Covid-19, por meio de postos de saúde e pontos específicos das comunidades, como o Morro do Alemão. A chegada do primeiro lote, com 100 testes, está prevista para o dia 6 de abril.
“Esse número pode aumentar de acordo com o engajamento das pessoas. A gente tá chegando a tempo de minimizar todo esse impacto negativo e conseguir ajudar muitas pessoas.”
Como ajudar
Para fazer a doação, é necessário baixar o aplicativo da Ribon. Ele está disponível, de graça, nas lojas para Android e iOS.
De acordo com Rafael, o processo de doação é simples. “Basta o usuário se engajar nas postagens que vêm sempre acompanhadas de 100 ribons”, diz ele.
Se a pessoa quiser aumentar o impacto da doação, a plataforma disponibiliza um serviço de assinatura onde é possível escolher um pacote de ribons. O aplicativo já conseguiu arrecadar recursos para ONGs que trabalham em regiões de extrema pobreza na África e na Ásia.
“Esta é a primeira ação voltada para o Brasil e surgiu pela dificuldade que o país tá enfrentando com crise econômica e tantas mortes.”
Sobre o ‘Ribon’
O aplicativo foi criado em 2016, quando Rafael tinha 21 anos e era estudante de Engenharia de Produção, da Universidade de Brasília (UnB). Ele afirma que queria “empreender algo que tivesse propósito para a vida”.
“A gente criou uma plataforma para que doar pra caridade virasse algo comum na rotina das pessoas e elas se sentissem bem fazendo isso.”
Rafael explica que, atualmente, os usuários doam duas vezes por semana, em média. Ele descobriu ainda que 60% desses doadores nunca haviam feito isso antes.
O criador do aplicativo esclarece que o fato do usuário não precisar desembolsar dinheiro é possível graças ao patrocínio institucional de empresas apoiadoras. Nessa nova etapa, com o propósito de enfrentar o coronavírus, Rafael afirma que é possível enxergar o poder de transformação de uma ferramenta virtual chegando às pessoas como uma ação concreta.
“Podemos ajudar muita gente que, seja por perda do emprego ou isolamento social, ficou sem renda.”