Homicídios caíram 64% no DF em uma década no primeiro semestre
Desde o início da série histórica iniciada em 2000, os números de homicídios no Distrito Federal nunca estiveram tão baixos no primeiro semestre do ano. De acordo com o relatório da Secretaria de Segurança Pública da capital (SSP-DF), a quantidade de crimes desta natureza caiu em cerca de 64,5% desde 2013. Até junho deste ano, foram registradas 130 ocorrências desta natureza.
Outros Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) – que incluem homicídios, latrocínios (roubo seguido de homicídio) e lesão corporal seguida de morte – caíram cerca de 63% na última década no período de janeiro a junho, fechando o balanço deste primeiro semestre em 141 casos. No último mês de junho, aconteceu um latrocínio e 21 homicídios.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, este é um esforço conjunto entre todas as forças subordinadas à pasta, que têm garantido a ordem e evitado que mais casos letais aconteçam na capital. “Estamos empenhados em promover a integralização do nosso trabalho não apenas com as forças de segurança, mas também com outros órgãos governamentais e da sociedade civil, incluindo os Conselhos Comunitários de Segurança”, destacou.
O ano com mais casos de homicídio foi em 2012, quando 413 pessoas foram assassinadas no primeiro semestre do ano. A partir de então, com exceção de 2014 – quando os números cresceram de 367 em 2013 para 370 casos no ano em questão –, o quantitativo de ocorrências desta natureza diminuiu consecutivamente até 2023.
O principal responsável pela queda dos números, conforme defendeu o chefe da pasta de Segurança do DF, foi o sistema de integralidade das forças, iniciado em 2012 pelas corporações policiais e de proteção à ordem pública. “De dez anos para cá, essa nova forma de gestão vem se aperfeiçoando e os resultados estão sendo alcançados. Podemos afirmar que o DF tem, atualmente, um caminho delineado a seguir quando se trata de gestão de segurança pública que, naturalmente, deve ser constantemente reavaliada e ajustada”, disse.
A maior redução foi de 2016 para 2017, quando o quantitativo caiu de 308 casos até junho para 247 homicídios no mesmo período – uma diminuição de quase 20%. A menor variação aconteceu de 2022 para 2023, tendo, respectivamente, 132 e 130 casos – queda de aproximadamente 1,5%.
Feminicídio cresceu
A violência contra a mulher, no entanto, cresceu no comparativo do primeiro semestre deste ano com o de 2022. Conforme os dados da SSP-DF, até o dia 7 de julho deste ano, 20 mulheres haviam sido mortas com a imputação do crime de feminicídio. Em comparação ao ano passado, foram 6 casos no mesmo período, tendo, portanto, em 2023, um aumento de cerca de 230%.
Segundo Sandro Avelar, o enfrentamento aos crimes contra a mulher, das violências morais às físicas, é complexo, uma vez que necessita de uma integralidade de diversos braços da segurança pública. As políticas para o combate desses crimes, porém, têm avançado, conforme defendeu, passando a integrar os segmentos de governo, da Justiça e da sociedade civil.
“Temos um programa específico dedicado a esse tema, com ações e tecnologias para coibir essa forma de violência, como o serviço inovador que monitora vítima e agressor 24 horas por dia, impedindo que se aproximem. Está em andamento, ainda, a implementação de novas estratégias para simplificar e ampliar o acesso das vítimas às tecnologias de proteção disponíveis”, afirmou o secretário.
SAIBA MAIS
- O GDF montou a Rede Distrital de Proteção à Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar para integrar diversos órgãos do poder público que levantam políticas de prevenção e de combate à violência contra a mulher.
- Em dezembro do ano passado, a SSP lançou o Protocolo de Operações Integradas para mulheres vítimas de violência, que tem o objetivo de aperfeiçoar os processos de atendimento às vítimas.
- Em março, o programa Mulher Mais Segura completou dois anos. Ele reúne ações e medidas voltadas para o combate da violência de gênero na capital.
- Para denúncias, ligue no 190 (PMDF), no 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou dirija-se à uma das Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (DEAM/PCDF
- O GDF possui também o Aplicativo Proteja-se, em que a pessoa que fizer a denúncia só precisa mandar uma mensagem. É possível incluir fotos e vídeos na solicitação.