Advogado acusado de atropelar servidora no DF é condenado
O advogado Paulo Ricardo Milhomem foi condenado em júri popular na madrugada desta quarta-feira (26), a 11 anos de prisão em regime fechado. O advogado foi acusado de atropelar a servidora Tatiana Thelecildes Fernandes Matsunaga, 42, na porta de sua casa em agosto de 2021, após um desentendimento de trânsito. A vítima ficou com sequelas neurológicas após o ocorrido.
Depois de 11 depoimentos, contando com 9 testemunhas, as oitavas da vítima, e o depoimento de Ricardo, o Ministério Público do DF e a defesa do réu apresentaram os lados da acusação e de defesa para os jurados.
Segundo o advogado de defesa de Paulo Ricardo, as votações foram muito apertadas. “A maioria foi 4 x 3”. Assim que saiu a sentença, a defesa apresentou um recurso de apelação. “Vamos apresentar essas razões ao Tribunal no momento oportuno”.
O Promotor de justiça do tribunal de júri de Brasília, Marcelo Leite Borges, acredita que a justiça foi feita. “A sociedade de Brasília entendeu que aquele tipo de conduta é uma tentativa de homicídio”. Para ele, não tem ganhador pois é sofrido para ambas as partes.
A vítima, Tatiane Matsunaga, também acredita que todos saíram perdendo. “São duas famílias que estão saindo dolorosas. Mas espero que sirva de lição e aprendizado para todos nós de que coisas pequenas não compensam entrar em embates maiores”. Ela se entristece com a situação em que as duas famílias ficaram.
A advogada de defesa da vítima e assistente de acusação, Stella Oliveira do Valle Abreu, destacou que foi o resultado esperado pela família da vítima que sempre confiou na justiça e agora se sente aliviada pela condenação do réu.
Relembre o atropelamento
O crime aconteceu após desentendimento no trânsito, dia 25 de agosto de 2021, na QI 19 do Lago Sul. No dia, Tatiana tinha acabado de buscar o filho na escola, que estava passando mal, já Paulo, estava 18 horas de jejum, por conta de um exame. O advogado, que está preso preventivamente desde então, é acusado de tentativa de homicídio qualificado, com agravantes de motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, durante todo o júri vamos atualizar as informações.
Paulo Ricardo é advogado trabalhista. Tatiana é servidora pública da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa). Ela ficou com sequelas neurológicas, como traumatismo craniano, fraturas expostas na perna e no quadril, chegando a ficar na UTI de um hospital particular. O diagnóstico consta em um laudo apresentado à Justiça.
O atropelamento ocorreu na porta da casa da vítima, na QL 19 do Lago Sul. Segundo a Polícia Civil, Paulo Milhomem e Tatiana discutiram na QI 15, e o advogado seguiu a mulher até a casa dela.
A partir das imagens de câmeras de segurança, se pode ver Tatiana manobrar o carro na frente de casa. No momento em que a Tatiana estacionou o carro, o advogado chega logo depois. Os dois discutiram, e de carro, Milhomem foi até o fim da rua, enquanto Tatiana descia do veículo dela, que estava na frente do portão.
O marido da servidora presenciou o atropelamento, e a discussão recomeçou, entre os três. Em seguida, o advogado avançou com o carro e atropelou Tatiana. O filho do casal, de oito anos, presenciou a cena.