Dia do Carteiro: funcionário dos Correios conta como cartas deram lugar aos boletos e encomendas no DF

Dia do Carteiro: funcionário dos Correios conta como cartas deram lugar aos boletos e encomendas no DF

Carteiro desde 2015, o funcionário dos Correios Lucas Braz da Silva, de 44 anos, viu o trabalho mudar nos últimos anos. Segundo ele, as cartas deram lugar aos boletos e às entregas de produtos comprados pela internet.

O meio de transporte também se modernizou: aos poucos, as bicicletas foram aposentadas, e Lucas aderiu à entrega de moto, “o que agilizou o serviço”, diz o carteiro. Por dia, ele que antes visitava cerca de 250 endereços, agora faz entregas em até 380 imóveis, em Brasília, onde trabalha na região do Lago Sul.

Esta terça-feira (25), é o Dia do Carteiro conversou com Lucas para falar sobre a rotina e os desafios desses profissionais. No Distrito Federal, 1.155 empregados ativos dos Correios desempenham a função de carteiros.

Lucas é carteiro há sete anos. Ele diz que um dos “lados bons” da profissão é a convivência e os laços que o carteiro acaba criando com os moradores.

“Alguns me conhecem pelo nome, porque conversam e olham o crachá. Outros, já falam: ‘o correio chegou, olha o correio’. Mas sempre tem o cidadão que dá um pouco mais de atenção, oferece água e suco”, diz o carteiro.

Entre as cortesias, Lucas lembra que já ganhou até abacates de presente. “Eu aceitei, o pessoal era bem solícito”, conta.

“Por outro lado, tem cliente [morador] que diz que se for cobrança, boletos pode levar embora”, lembra, aos risos.

Lucas Bráz da Silva é carteiro e trabalha entregando correspondências em Brasília — Foto: Arquivo pessoal

Lucas Bráz da Silva é carteiro e trabalha entregando correspondências em Brasília — Foto: Arquivo pessoal

Olhares curiosos

Apesar de trabalhar no DF, Lucas é morador de Luziânia, no Entorno, e, até pouco tempo atrás, vinha para o trabalho de ônibus. No caminho, ele diz que observada sempre olhares curiosos e de respeito pela profissão, da qual diz ter muito orgulho.

“As crianças sempre têm interesse, e a farda governamental chama muito a atenção. Percebo que ainda há essa paixão e curiosidade”, conta Lucas.

Nas ruas, além da função de entregar correspondência, o funcionário dos Correios fala, com bom-humor, que desempenha um outro trabalho: o de “informante de endereços“. Ele diz que quase “todos os dias” é parado por alguém.

“Acontece até de, depois do trabalho, eu estar em outra região, mas com o uniforme, só passando de visita, e alguém me pede referência de endereço, só por eu ser carteiro”, conta.

Com a gentileza e o “jogo de cintura” adquiridos, ele garante que domina, sim, a “sopa de letrinhas” que são os endereços do Distrito Federal: “do Varjão ao Guará, de Taguatinga ao Lago Norte, sei me localizar”, afirma Lucas.

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