Preso desde o último sábado(14), Anderson Torres ainda não prestou depoimento
O ex-ministro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres foi preso na manhã de sábado (14) e ainda não prestou depoimento sobre a suposta omissão em relação aos atos de vandalismo que terminaram com a depredação das sedes dos Três Poderes da República. Torres pode ser transferido para a Papudinha, ala especial no Complexo da Papuda para acomodar militares e policiais, após a declaração para a polícia.
Por questões de segurança, é possível que a oitiva seja realizada no 4º Batalhão da Polícia Militar, onde Torres está preso desde sábado e permaneceu após decisão em audiência de custódia. O ex-ministro pode ser ouvido, ainda, na Superintendência da Polícia Federal, e, em seguida, ser encaminhado para a Papudinha. O trâmite é sigiloso.
O depoimento é um dos momentos mais aguardados desde a prisão e aguarda instruções do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro da Justiça do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF terá que esclarecer o motivo pelo qual não estava no Brasil durante as manifestações de 8 de janeiro, que culminaram na invasão e depredação do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso.
Torres viajou aos Estados Unidos dias antes do ataque aos prédios públicos e deixou a capital federal sem o comando das forças de segurança. A viagem ocorreu antes do seu período de férias. No Diário Oficial, a folga estava programada para começar em 9 de fevereiro, um dia depois dos atos.
O envolvimento do governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), deve ser outro ponto de interesse do depoimento. Os investigadores querem saber se houve omissão por parte do chefe do Executivo local e se Torres tinha o aval para se ausentar. Segundo Ibaneis, a viagem não foi acordada.