Fluminense vence Boca (2-1) na prorrogação e conquista sua primeira Libertadores
A espera chegou ao fim. O Fluminense conquistou a primeira Copa Libertadores de sua história ao vencer o Boca Juniors neste sábado (4) por 2 a 1 no Maracanã em um jogo que foi decidido na prorrogação.
O atacante German Cano abriu o placar aos 36 minutos para o time carioca e o lateral-direito peruano Luis Advincula empatou no segundo tempo (73′) para os argentinos.
Na prorrogação John Kennedy marcou o gol da vitória (99′) com um belo chute antes de ser expulso por ter comemorado seu gol com a torcida.
O Fluminense do técnico Fernando Diniz exorciza de vez o fantasma da final de 2008, quando perdeu para a equatoriana LDU nos pênaltis, também no Maracanã.
Já o Boca Juniors, seis vezes campeão, perdeu pela sexta vez uma final do torneio continental.
Cano abre o placa
O jogo começou truncado, com as duas equipes se estudando. Dos dois lados havia dificuldade de encontrar brechas e criar chances reais de gol.
Aos 13 minutos, Marcelo cobrou uma falta e Cano desviou de cabeça, mas a bola foi parar nas mãos do goleiro Romero.
O Boca respondeu um minuto depois com um chute do atacante Miguel Merentiel da entrada da área para a defesa de Fábio.
Aos 34 minutos, o Fluminense levou um novo susto à área argentina. Marcelo cobrou escanteio e o capitão Nino cabeceou para fora.
Mas a torcida tricolor só soltou o grito preso na garganta um minuto depois. Keno fez uma bela tabela com Arias pela direita e cruzou rasteiro para o meio da área. Cano chutou de primeira e mandou para o fundo da rede levando a torcida ao delírio.
Mesmo com a vantagem no placar, o Fluminense não se fechou atrás e seguiu dominando a partida.
Para o Boca era tudo ou nada no segundo tempo. Ou partia com força total buscando o empate com o risco de sofrer um contra-ataque, ou deixava o Fluminense ficar com a posse de bola e administrar a vantagem.
Advíncula empata
Logo no início Felipe Melo sentiu uma lesão e precisou ser substituído pelo zagueiro Marlon (52’).
Assim como havia acontecido no primeiro tempo, o Fluminense isolou Barco de Cavani e Merentiel, dupla de ataque uruguaia do Boca, e com Arias preocupando permanentemente o compatriota Frank Fabra, o ‘Xeneize’ perdeu sua saída pela esquerda.
Em busca de mais tranquilidade, o Fluminense tentou ampliar com chute de André na entrada da área, que foi defendido pelo goleiro Romero.
Mas o Flu esqueceu que o artilheiro do Boca na Libertadores era um defensor: o peruano Advíncula.
O lateral-direito, como fez contra Deportivo Pereira, Colo Colo e Nacional do Uruguai, surgiu do nada para empatar, e com um golaço de meia distância em que Fábio não conseguiu alcançar.
Não houve tempo para que op placar mudasse e o jogo foi decidido na prorrogação.
Drama de 120 minutos
A meia hora tensa de tempo extra no Maracanã foi digna de uma final épica.
Foi aí que brilhou a estrela do jovem John Kennedy, de 21 anos, uma das apostas de Diniz quando assumiu o comando do Tricolor em maio de 2022.
Kennedy entrou em campo aos 81 minutos no lugar de Ganso para reforçar o ataque, e com habilidade e velocidade levou perigo à defesa do Boca.
Aos 88, recebeu um cartão amarelo por falta sobre Ezequiel Fernández, mas seu show viria mais tarde, na prorrogação.
Uma bomba de meia distância aos 98 minutos, após um passe de cabeça de Keno, levou o placar para 2 a 1.
O jovem correu para comemorar junto à torcida e o árbitro colombiano Wilmar Roldán não perdoou mostrando o cartão vermelho, o que aumentou o drama da partida.
Os últimos 15 minutos da prorrogação foram de agonia para os tricolores, até o apito final.
A euforia tomou conta do Maracanã entre gritos e lágrimas.
Campeão da Libertadores, o Flu disputará o Mundial de Clubes da Arábia Saudita em dezembro e depois a nova edição, nos Estados Unidos em 2025.
O Tricolor também disputará a final da Recopa Sul-Americana em 2024 contra a LDU e iniciará sua participação na Libertadores do próximo ano a partir da fase de grupos.