As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começaram nesta segunda-feira (26), e as escolas públicas do Distrito Federal já se mobilizam para apoiar os estudantes. No mesmo ritmo do calendário nacional, unidades da rede pública organizam mutirões nos laboratórios de informática, para oferecer suporte direto aos alunos do 3º ano na hora de se inscrever. O procedimento deve ser feito pela Página do Participante até o dia 6 de junho.
Neste ano, uma novidade facilitou o processo: os estudantes matriculados no 3º ano do ensino médio da rede pública foram automaticamente isentos da taxa de inscrição, sem a necessidade de solicitar a isenção. O sistema já considera um pré-cadastro feito pelo site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). “O Enem é, hoje, a principal porta de entrada para universidades públicas e privadas, além de possibilitar o ingresso em programas como o SiSU e o Prouni”, destaca o diretor de Ensino Médio da Secretaria de Educação, Euclides Chacon. Ele ressalta que, para muitos alunos, é por meio dessa avaliação que surgem oportunidades que antes pareciam distantes.
Além do ingresso em instituições de ensino, o exame também amplia horizontes e perspectivas. “O bom desempenho pode garantir bolsas e financiamentos em faculdades particulares, o que amplia as chances de formação acadêmica e profissional. O Enem abre portas que vão muito além do vestibular tradicional, e oferece caminhos para quem sonha em cursar uma graduação e mudar a própria realidade”, afirma o diretor.
As ações de apoio aos estudantes mostram que o cuidado com a educação está presente em todos os cantos do Quadradinho. O diretor do Centro de Ensino Médio 01 de Brazlândia, Ezio de Oliveira, explicou como a escola tem se preparado para ajudar os alunos a enfrentarem os vestibulares com mais confiança. “A gente começa esse trabalho desde a sala de aula. Os conteúdos programáticos são voltados para o Enem e para o PAS (Programa de Avaliação Seriada). Temos um projeto de provas bimestrais, que são corrigidas automaticamente. Os alunos recebem um boletim de desempenho com a quantidade de acertos e erros”, detalha.
Somente no CEM 01 de Brazlândia, cerca de 350 alunos devem se inscrever no Enem. Lá, os alunos realizam uma prova simulada por bimestre, totalizando quatro provas por ano. Elas são elaboradas nos moldes do Enem e do PAS, separadas por cadernos de Ciências Humanas, Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza, além da redação. Quando começaram esse projeto, a escola aprovava cerca de 12 a 15 alunos na Universidade de Brasília (UnB). Atualmente, a aprovação dos estudantes chega a 100 por ano, graças a essas metodologias.
O impacto dessas avaliações, segundo o diretor, é perceptível. “Eles estão esperançosos. Vivemos em uma região periférica, e nosso objetivo é mostrar que é possível chegar à Universidade de Brasília (UnB). Queremos que o aluno de escola pública tenha acesso à universidade pública.”
O estudante Pedro Areda, 17, destaca a estratégia pedagógica adotada pela escola como diferencial na preparação para o Enem. Para ele, a familiaridade com o modelo da prova traz mais segurança no dia do exame. “A gente já viu antes, já teve contato, então cria uma afinidade que faz diferença”. Pedro reconhece o apoio da escola como essencial nesse processo. “A escola nos ajuda de muitas formas. O que mais noto são os professores, que são excelentes. Estão o tempo inteiro tentando ensinar, ajudar, fazer o que podem dentro do que conseguem. Em todas as matérias, em todos os projetos, eles tentam nos preparar da melhor forma possível.”
Participante ativa das atividades de preparação para o vestibular oferecidas pela escola, a aluna Alice Oliveira, 17, sonha em cursar odontologia. Para ela, as provas aplicadas no colégio são bastante semelhantes às dos cursinhos preparatórios e contribuíram diretamente para um bom desempenho no PAS 1. Foi em uma dessas avaliações que ela tirou nota 9 na redação, resultado que a motivou a levar a preparação mais a sério. Antes disso, nem cogitava tentar uma universidade federal, mas a experiência positiva a levou para essa possibilidade.
Do outro lado da cidade